Sou culpada...



Olá querida, se você está lendo esta carta já é um grande avanço! Na realidade ela foi escrita em uma época que você nem pensava em existir. A época em que todos sabiam que algo deveria ser feito, mas por algum motivo ninguém o fez.
Primeiramente, desculpe-me. Desculpe-me por todos os gases poluentes que joguei na atmosfera, por todas as garrafas pet não reutilizadas, por cada chicletinho descartado sem prudência e principalmente por não ter feito nada enquanto havia tempo. Sou culpada! Se você hoje tem dificuldades para respirar, se você sofre com a escassez da água e é obrigada a pagar milhões por um copo dela, se você vive enjaulada nessa selva de concreto, perdoe-me. Sou culpada! Mas antes que você julgue errado deixa eu te explicar algo... O ser humano tem mania de deixar pra ultima hora, primeiro ele espera que outras pessoas façam, depois eles acham que o problema não é deles, e por ultimo resolvem fazer algo, só que ai já é tarde o irreversível já aconteceu.
Sei que jamais poderei reverter este estado de calamidade em que vive sua geração. Mas deixa-me compartilhar com você um pouco da beleza que você não conheceu e que é lhe contada em forma de mitologia.
Sabe aquele laguinho salgado que com muita dificuldade vocês dessalinizam e usam para beber? Então, ele era de uma imensidão sem fim, milhares de espécies viviam nele, e muitos pensavam que era impossível tanta água se acabar...
Em nosso país havia a maior riqueza deixada pela natureza, a famosa “floresta amazônica”, mas os brasileiros foram burros suficientes para tocar fogo em tudo e transformá-la em pasto para alimentar o animal mais desprezível de toda historia do planeta terra: O Homem. Seu grito de dor era nítido, mas a ganância do homem capitalista foi capaz de inibir seu atendimento.
Sei que está carta jamais ajudará a salvar sua geração, mas pelo menos te deixa conhecer os verdadeiros vilões de nossa história...
Com amor, de alguém que não teve força suficiente para salvar o planeta e deixar algo de útil para você...

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